National Gallery
National Gallery ("Galeria Nacional", em inglês) é um museu de arte em Trafalgar Square, em Westminster, no centro de Londres. Fundada em 1824, abriga uma coleção de mais de 2.300 pinturas que datam de meados do século XIII a 1900. A Galeria é uma instituição de caridade isenta e um organismo público do Departamento de Cultura, Mídia e Esportes. Sua coleção pertence ao público do Reino Unido e a entrada para a coleção principal é gratuita. Está entre os museus de arte mais visitados no mundo, depois do Museu do Louvre, do Museu Britânico e do Museu Metropolitano de Arte.
Ao contrário de museus comparáveis na Europa continental, a Galeria Nacional não foi formada por nacionalizar uma coleção de arte real ou principesca existente. Ela surgiu quando o governo britânico comprou 38 pinturas dos herdeiros de John Julius Angerstein, um corretor de seguros e patrono das artes, em 1824. Depois desta compra inicial, a Galeria foi moldada principalmente por seus primeiros diretores, nomeadamente Sir Charles Lock Eastlake e por doações privadas, que compõem dois terços da coleção. A coleção resultante é pequena em tamanho, em comparação com muitas galerias nacionais europeias, mas enciclopédica no escopo; a maioria dos grandes desenvolvimentos na pintura ocidental "de Giotto a Cézanne" são representados com obras importantes. Ela costumava ser considerada como uma das poucas galerias nacionais que tinham todas as suas obras em exposição permanente, mas isso não é mais o caso.
O atual edifício, o terceiro para abrigar a Galeria Nacional, foi projetado por William Wilkins de 1832 a 1838. Apenas a fachada na Trafalgar Square permanece essencialmente inalterada desde então, visto que o edifício foi ampliado aos poucos ao longo de sua história. O prédio de Wilkins foi muitas vezes criticado pelas fraquezas percebidas de seu design e pela sua falta de espaço; este último problema levou à criação da Galeria Tate para a arte britânica em 1897. A Asa Sainsbury, uma extensão para o oeste por Robert Venturi e Denise Scott Brown, é um exemplo notável da arquitetura pós-moderna na Grã-Bretanha. Em Abril de 1824 a House of Commons estabeleceu um acordo para a compra de uma mansão e de toda a coleção de arte do famoso e ilustre banqueiro John Julius Angerstein, por 57 000 libras.
As 38 pinturas constituintes do acervo, vistas como o núcleo central da nova coleção nacional para a educação e entretenimento comum, antes da construção de um novo edifício que as albergasse, juntamente com centenas de outras pinturas já pertencentes ao Estado permaneceram expostas ao público na mansão também adquirida, em Pall Mall.
As árduas críticas à conservação inadequada das obras de arte levaram à decisão de construir um edifício propositadamente erguido para albergar uma grande coleção, que viria a aumentar posteriormente, e os seus muitos visitantes. Assim, foi um local escolhido, sendo este em plena Trafalgar Square. Foram feitas várias vias de acesso e os acessos de comboio ao local foram facilitados. Os moradores ricos da zona oeste da cidade tinham oportunidade de visitar o local indo de comboio e, com a construção de passeios públicos largos, a eclética sociedade da parte sul e leste de Londres poderia percorrer o trajeto a pé, comodamente.
Inicialmente, o museu era visitado pela elite inglesa, mas assim que as notícias da construção de um edifício monumental para albergar uma coleção riquíssima soaram pela Europa e pelos Estados Unidos, a alta sociedade internacional ali caiu em peso. Prontamente o Estado fez questão de alargar o número de visitantes e permitiu a entrada a todas as classes sociais e assim era frequente encontrar uma duquesa ao lado de uma vendedora de flores. O governo britânico e os curadores do museu mantiveram essa perspectiva cultural e muitos jovens de classes sociais menos abastadas são formados em Artes pela instituição.
Durante a Segunda Guerra Mundial, devido ao perigo iminente de bombardeamentos na cidade de Londres, numa quarta-feira, 23 de Agosto de 1939, a Galeria Nacional fechou as suas portas ao público, de forma a evacuar todas as pinturas para um local seguro e secreto.
As principais obras foram retidas em Gales enquanto alguns quadros menores foram abrigados na Gloucestershire. Outros, muito poucos, foram deixados em casas particulares ou edifícios públicos fora da cidade, evidentemente. Toda esta operação foi concluída com sucesso em somente onze dias, tendo a última remessa de obras saído de Trafalgar Square no dia 2 de Setembro do mesmo ano.
Com a iminência da guerra, a conquista da França em Maio de 1940, todo o Reino Unido estava a ser bombardeado e as pinturas ficaram outra vez em perigo. Os curadores do museu negociaram o transporte para o Canadá, ideia que Churchill vetou, visto que não queria que nenhuma das pinturas saísse do continente europeu.
A Galeria Nacional foi afetada pela primeira vez em 12 de Outubro, o que destruiu uma das salas, mas os danos foram pouco significativos. A segunda bomba afetou a biblioteca e arrasou um dos pátios, porém, ao contrário da primeira, não causou vítimas mortais nem feridos. Ao final da Segunda Grande Guerra, nenhuma pintura fora afetada
O edifício que atualmente alberga o museu, na Trafalgar Square, foi construído sobre os escombros de uma mansão de nome Carlton House. Os arquitetos da Galeria Nacional, com pena de derrubar os gigantescos e impressionantes colunas e pórticos italianos da mansão londrina, decidiram conservá-los e hoje formam as entradas principais do museu. Este fato favoreceu os planos dos arquitetos, visto que estes tencionavam construir um edifício neoclássico, cuja monumentalidade fosse notável e incontestável
Em 1868 a construção do museu foi iniciada, glorificando as elegantes colunas com uma enorme cúpula, de grandes dimensões. Em 1876 e em 1907 o edifício foi aumentado, e, neste último ano, foram acrescentadas ao edifício cinco novas galerias. No seu interior, o edifício conserva ainda o típico estilo inglês dos finais do século XIX, confinando-se a uma elegância rude e por vezes austera. Nalgumas salas, inclusive, as paredes ainda estão cobertas de damasco e os tectos conservam os ricos lustres de cristal.
A coleção atual do museu inclui centenas de desenhos, gravuras e pinturas, muitos deles de extrema importância, como é o caso de O Casal Arnolfini, de Jan van Eyck e da A Virgem das Rochas, de Leonardo da Vinci. A maior parte do acervo provém de aquisições estatais ou de doações relevantes. Grande parte provém da Europa Ocidental, existindo apenas alguns trabalhos oriundos do Leste europeu.
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